Disfunção Erétil: Um sinal de alerta para a Saúde Cardiovascular
No Dia Europeu da Disfunção Erétil, importa reforçar a consciencialização sobre esta condição que afeta mais de metade dos homens entre os 40 e os 70 anos. Para além do impacto na vida sexual, a disfunção erétil pode ser um alerta precoce para problemas cardiovasculares. Descubra as principais causas, fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce nos Cuidados de Saúde Primários.
A Disfunção Erétil (DE) define-se como a incapacidade de manter uma função erétil que seja suficiente para permitir um ato sexual considerado satisfatório, levando a considerável angústia para o casal. Em termos de prevalência, estima-se que a DE afete mais de 50% dos homens com idades entre os 40-70 anos (1). No que respeita a causalidade, sabe-se hoje que a DE pode ter origem tanto psicogénica como orgânica, sendo que forte evidência aponta para que a DE se associe de forma independente e significativa a doença cardiovascular, Acidente Vascular Cerebral, Doença Arterial Coronária e a mortalidade por todas as causas (2). Neste seguimento, os fatores de risco cardiovascular (FRCV) têm ganho uma importância crescente nos indivíduos com DE. Os FRCV podem ser modificáveis ou não modificáveis. Os modificáveis incluem o tabagismo, hipertensão arterial (HTA), dislipidemia, diabetes Mellitus (DM), obesidade, sedentarismo e o alcoolismo; e os fatores de risco não modificáveis dizem respeito à idade, sexo e à história pessoal e familiar de doença cardiovascular (3). Estima-se que a doença aterosclerótica cause 40% dos casos DE em homens com mais de 50 anos, sendo a perfusão peniana deficitária parte de um processo aterosclerótico sistémico (4). Neste mesmo contexto, ressalva para a evidência de que a DE seja independentemente e significativamente associada a doença CV, sendo consequência de patologia vascular periférica multiorgânica e preditora de patologia CV (5).
Sabendo que a DE pode ser um marcador precoce de disfunção endotelial sistémica, torna-se clara a importância do seu diagnóstico ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, tendo o Médico de Família um papel privilegiado neste contexto. Além disso, sabe-se os sintomas sexuais nem sempre são fáceis de assumir ou articular, pelo que intervir na saúde sexual do homem - que é um indicador do seu estado de saúde global - melhora consequentemente a sua qualidade de vida.